Tuesday, April 18, 2006

VARIG

Muito tem se escrito sobre a VARIG, muitas coisas estão certas é verdade, mas se lê tantas bobagens também, como por exemplo, no jornal ZERO HORA de ontem, onde se aponta como uma das causas para a situação da empresa o fornecimento de passagens "grátis" para funcionários e parentes. Eu trabalhei na VARIG por quase 10 anos nas décadas de 70/80 e nunca ganhei nada grátis e nem conheci ninguém que tenha ganhado. A gente podia viajar, com descontos progressivos de acordo com o tempo de casa, mas que eu saiba nunca nenhum passageiro pago deixou de viajar porque algum funcionário viajou "de graça" no seu lugar. FUNCIONARIO SÓ VIAJAVA (e continua assim) SE TINHA LUGAR VAGO, OU SEJA, SEMPRE ERA O ÚLTIMO A EMBARCAR QUANDO SE TINHA CERTEZA DE QUE O BANCO NÃO SERIA OCUPADO. Eu muitas noites dormi em aeroportos por não haver lugar disponível. Na primeira viagem que fiz com passagem de funcionário tentei por 5 dias seguidos embarcar em Brasília para Manaus. Consegui sair de lá no 5º dias as 5 da manhã, num avião cargueiro.
Portando vamos esquecer que passagens a funcionários seja um dos motivo da crise da VARIG.
Lá pelo ano de 1982 uma passagem Porto Alegre/ Nova York custava em torno de U$ 2.200,00, hoje se viaja por U$ 900,00 ou menos. Como se explica isto se os preços dos aviões, da manutenção, dos combustíveis e de todos os outros insumos aumentaram muitos de lá para cá.
Da concorrência desleal ninguém fala. No tráfego aéreo internacional sempre houve reciprocidade, ou seja, número igual de vôos para cada um Cia do países envolvidos no acordo bilateral.
Quando assumiu o Presidente que tinha aquilo roxo ele liberou geral. Não sei os números ao certo, mas hoje para cada vôo de empresa brasileira que vai para os EUA deve ter uns 10 de empresas americanas que vem para cá. Para as empresas dos EUA o mercado latino americano representa 1% ou 2% do faturamento, portando elas podem vir para cá cobrando o valor simbólico pela passagem.... até o dia que não exista mais concorrência.... então vamos ver quanto vai custar o bilhete.
É claro que houve muitos erros administrativos de gestão etc. Supervisores, gerentes, diretores de todos os níveis e até presidentes assumiram seus cargos sem a mínima competência para tal, e assim continua até hoje. Não só nos cargos de direção funcionários comuns para serem admitidos bastava o famoso QI.
Sempre se dizia que a VARIG era um empresa privada que era dirigida como uma estatal.
Enfim vamos perder a VARIG, é certo que boa parcela de culpa está na sua incompetência gerencial, mas sem dúvida pelo menos metade da responsabilidade por isto deve ser creditada aos não menos incompetentes governos que tivemos neste pobre país nos últimos 20 anos.

1 Comments:

At 10:04 AM, Blogger Zilmar Ilha said...

Agora tenho um local com informações "de cocheira" sobre a pioneira....legal!!!....parabéns.

 

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